WWE em Portugal: Uma Pequena Reflexão

WWE em Portugal: Uma Pequena Reflexão

Como já todos sabemos entretanto (e inclusivamente, conforme acompanhado por mim no meu WrestleMania Revenge Tour Report), a WWE vai regressar pela quarta vez a Portugal. Quarta, porque o espectáculo daquela que, outrora, se apelidava de World Wrestling Federation, veio inicialmente em 1993. (Recorrendo novamente ao "cheap plug", podem acompanhar toda a cronologia no meu WWE Report também à direita)

Desta vez, porém, vejo muita gente pessimista... "Vai ser o último espectáculo da WWE cá... Os bilhetes não vendem... Não vai ninguém... as plateias não enchem"... A começar por esse ponto, permitam-me discordar, mas basta fazer uma simples verificação no site do Pavilhão Atlântico e consultar todas as secções individuais, para constatar realmente o que enche, ou não enche. (Estado actual, fazendo uma estimativa por alto: quase 2/3 da lotação do Pavilhão já foi vendida)

Agora, porquê o alarmismo, no que toca às suspeitas? Penso que não tenha razão de ser... Afinal, quando há quase cinco anos a WWE voltou para as nossas televisões num canal temático da TV Cabo (e, logo aí, com menos audiência, porque nem todos possuem o dito serviço), ficámos cerca de dois anos e meio a desejar que a WWE viesse a Portugal com um espectáculo.

Nesse preciso ano de 2005, o fenómeno era tal, e o desejo de ver um espectáculo da World Wrestling Entertainment era tanto, que, claro, os bilhetes venderam que nem pães quentes. O que deu origem a uma segunda data, que pouco após também esgotou. Era artigos nos jornais, era passatempos por todo o lado, era "WWE" para onde quer que virássemos a cabeça... Era a histeria total.

Agora convenhamos: julgávamos mesmo que esta iria ser a reacção SEMPRE que a WWE marcasse um espectáculo por cá? Obviamente que não. Nós vamos por modas. Há um interesse... E depois há um desinteresse. É um processo natural, tal como sucede com qualquer filme, banda de música, exposição de arte, movimento, tecnologia, fenómeno ou novidade que nos apareça à frente. Neste momento, a WWE deixou de ser novidade; é um dado adquirido.

E há um lado bom, e um lado mau nesta questão: o lado mau é que, dado adquirido como muitos consideram a WWE, instala-se uma certa apatia, o que pode levar alguns a pensar "não vou agora ao espectáculo, vou depois quando voltarem. Não vejo o Raw agora, vejo mais logo. Não compro o DVD agora, espero para mais tarde comprar". E como é óbvio, sem apoio do consumidor, produto algum sobrevive no mercado com este tipo de perspectiva. Rapidamente passa para o segundo plano, e depressa outro lhe ocupará o lugar.

O lado bom, é que (e repito) levados por modas como somos, o que é facto é que esta moda já anda a durar há BASTANTE tempo (e refiro novamente: quase cinco anos), o que por si, me parece ser muito bom sinal. Havia bastante gente que lhe deu menos tempo de vida. Afinal, como se pode ver pelo WrestleMania Revenge Tour Report, às nove da manhã já estava uma fila de cerca de 100 pessoas à porta do Atlântico, todas elas com intenções de comprar bilhetes para o melhor local possível e comportável. Imagino como não estariam as várias FNAC's espalhadas pelo país, e outros locais de venda.

Portanto, há que ter em conta duas coisas: somos capazes de nos tornar um pouco apáticos, e gostamos de deixar tudo para a última da hora. E isso é um facto. As boas notícias aqui, é que o Natal se avizinha (e suspeito que vão chover bilhetes WWE nas casas de muitas famílias) e mais tarde ou mais cedo, (mais tarde, por tendência), o português acorda e pensa "epá, é melhor comprar os bilhetes antes que aquilo esgote!" E o resultado? Mais um espectáculo esgotado (ou quase esgotado, que já não será mau), e mais uma promessa da WWE regressar.

(Há que também colocar uma questão que merece ser colocada: é completamente impossível que a WWE realmente surta um efeito algo "mágico" nos seus espectadores? É assim tão descabido que um produto televisivo e específico como este dure mais do que dois, três ou quatro anos? Dá que pensar.)

Conclusão: a WWE virá, e voltará a vir, enquanto houver apoio. Não podemos ter atitudes conformistas, e não ligar nenhuma aos produtos que nos são apresentados, não os consumir, e esperar à mesma que a WWE venha a Portugal. É um negócio... Onde houver procura, há oferta.

E especialmente agora que o SmackDown está na TVI, com números de perto de 130 mil espectadores aos Sábados de manhã, e agora que a WWE começa a chegar aos ouvidos de quem nem sequer tinha ouvido falar da mesma, mesmo durante estes cinco anos, posso apenas presumir que quando o SmackDown regressar, a venda de bilhetes seja ainda melhor. Afinal, não há nada como um canal generalista para difundir um produto em maior escala.

Por isso, para os mais preocupados, penso que é escusado o drama. Enquanto houver interesse (que, efectivamente, se tem demonstrado) e apoio, há WWE.

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